Guy King em Curitiba - Blues contemporâneo da melhor qualidade

O som do Mississípi desembarcou em Curitiba no projeto "Crystal Sessions" com o show de um dos mais importantes nomes do Blues da atualidade: o cantor, compositor e guitarrista Guy King. Conheci o trabalho desse exímio guitarrista e compositor por meio de uma apresentação no programa do Jô Soares, da Rede globo, e desse dia em diante passei a acompanhar o trabalho de Guy. Quando vi que teria a oportunidade de vê-lo tocar em Curitiba num pocket show gratuito, não pensei duas vezes e fui ao Shopping Crystal. no dia 30 de maio.
O som de Guy King reúne apuro técnico, sensibilidade e uma energia contagiante. Seu estilo, inspirado nos grandes mestres, mescla influências do Jazz, Soul, Rhythm and Blues e um pouco de Bossa Nova. Tocando cerca de 250 a 300 shows por ano em todo o mundo, Guy King já ganhou diversos prêmios. Guy King apresentou clássicos do blues e composições de sua autoria se apresentando em Londrina na sexta (29), no Bar Valentino e em Curitiba no sábado (30) no Shopping Crystal.
Foto: Diego Kloss
Guy King é um artista contemporâneo e impressiona pelo talento e habilidades na arte do Blues, afinal suas experiências internacionais ajudaram a molda-lo no mundo das lendas do Blues. Guy tinha 14 anos quando estava ouvindo as músicas de B.B. King, lenda do Blues que morreu no dia 15 de maio. O som da lenda do blues saía de um pequeno rádio, no quarto do jovem fã, que ouvia tudo atentamente para aprender a tocar, numa cidadezinha do interior de Israel, onde nasceu e morou até os 21 anos.
Guy chegou pela primeira vez em Memphis, Tennessee, com 16 anos. “Cheguei para tocar, fazer turnê.” Logo voltou a Israel, onde terminou os estudos e cumpriu o serviço militar obrigatório. “Fiz o serviço e com 21 anos fui para Memphis [Tennessee]." Após uma curta estadia em Memphis e uma temporada em Nova Orleans, Guy mudou se para Chicago em busca de uma carreira musical.
Foi guitarrista e líder da banda de Willie Kent, com quem fez várias turnês internacionais durante seis anos. Com a morte de Kent, em 2006, King formou sua banda e iniciou carreira solo, tendo a honra de abrir diversos shows de B.B. King e Buddy Guy.
Em 2009, lançou seu primeiro álbum solo "Livin’It" muito bem recebido pela crítica, que abriu as portas para seus dois outros discos "I Am Who I Am And It Is What It Is" e "By Myself".
Guy King encantou plateias no Japão, França, Bélgica, Suíça, Inglaterra, Itália, México, Argentina e Chile, participando de diversos festivais como o Montreal Jazz Festival, Chicago Blues Festival, King Biscuit Festival (Helena, Arkansas), Blues on the Fox (Chicago), Polcano Blues Festival (Cidade do México), Mississippi Delta Festival (Caxias do Sul, Brasil) e Basel Blues Festival (Suíça).
A respeito de suas apresentações no Brasil, Guy disse: “É verdade que sempre chego aí à tarde, faço o show e vou embora cedinho. Espero que possa aproveitar um pouco mais dessa vez, vou ter mais tempo. Mas sei que é um povo muito hospitaleiro, tem muito carinho e respeito, me deixa com vontade de tocar outro show”.
Vou tocar músicas que não toquei na turnê passada e não toquei nem no Brasil. São músicas próprias, algumas dos meus CDs e outros novos singles, dois ou três que eu publiquei”, revela. Além disso, vai apresentar releituras de influências que tem do Blues, do Soul e do Jazz, entre eles, B.B. King.



A lenda do blues foi uma das principais influências da adolescência de Guy King. “Eu tinha 14 anos quando estava ouvindo as músicas do B.B. King e aprendendo de ouvido.” Anos mais tarde, subiu ao mesmo palco que o ídolo. “Tive a oportunidade de fazer um show no mesmo lugar e, depois, recebi uma ligação para abrir um show dele. Claro que aceitei. Quando entrei no palco, olhei para a esquerda e o vejo me olhando tocar. É um sentimento difícil de explicar.
É difícil explicar também como um sujeito que nasceu no interior de Israel gosta tanto de blues. “Nasci num lugar pequeno, longe desse cenário. Aconteceu. Ao ouvir a música, quando criança, uma coisa tocou dentro de mim. Aprendi a maioria delas de ouvido na guitarra e a minha voz saiu dentro de mim. Difícil explicar. Comecei a cantar e a tocar.
Nos dois últimos anos, entretanto, o músico ficou pouco em casa. “Não morei em nenhum lugar, fiquei viajando o mundo fazendo shows”, conta. São cerca de 300 por ano em países como Japão, França, Bélgica, Suíça, Inglaterra, Itália, México, Argentina e Chile. O Brasil, todavia, é um dos lugares onde ele mais gosta de tocar.


Acho que [os brasileiros] gostam de blues. É essa mistura do sentimento do blues com a harmonia de outros ritmos, inclusive a bossa nova, que eu gosto muito. As pessoas sentem a música, até porque aqui tem muita história de música boa.
Em Londrina, Guy King foi acompanhado de Bernardo Manita (piano), Flavio Cantador (bateria) e Luciano Grube (contrabaixo). Já em Curitiba Guy tocou alguns solos e também foi acompanhado, em algumas músicas, por Bernardo Manita (piano), fazendo uma apresentação mais intimista.
O show foi magnífico e aconchegante, pois o jovem artista, conhecido por sua versatilidade une com maestria o tradicional ao moderno, carregando a influência de grandes nomes que vão desde Robert Jonhson, BB King, Ray Charles, Albert King, Wes Montgomery e Stevie Wonder.


Fotos: Diego Kloss