Megadeth em Curitiba - Trash Metal da melhor qualidade

Apesar do pouquíssimo tempo que estou tendo para escrever, não poderia deixar passar em branco um dos shows mais impressionante que já presenciei.
Quem vai em Show de Rock sempre tem história para contar, por isso vou descrever minhas impressões a respeito do "Dytopia Tour 2016" do Megadeth, show que aconteceu no dia 18 de agosto, no Spazio Van em Curitiba.
Fotos: Diego Kloss
Na verdade fiquei no dilema entre comprar o ingresso do Megadeth e o do Black Sabbath, pois em tempos de crise a grana tá curta. De início acabei optando pelo "Final Tour" do Black Sabbath e torrei uma grana para comprar o ingresso.
Depois de pagar as parcelas do ingresso do Sabbath e de muito incentivo do meu amigo Denis, resolvi no final de julho comprar o ingresso para o show do Megadeth e me livrei finalmente daquele peso na consciência que assombra os metaleiros sem grana.
Quando lembramos que as boas bandas do bom e velho Rock n' Roll estão acabando, não pensamos duas vezes em comprar um ingresso caro, ainda mais quando temos a oportunidade de vê-los em nossa cidade como foi o caso.
Pois bem, depois de algumas semanas de espera, eis que chegou o grande dia... nublado, chuvoso, típico da capital paraense, mas dessa vez o show era coberto, então não fiquei ensopado como no show do Kiss na Pedreira.
Nesse fui muito acompanhado pelo meu amigo Denis. Chegamos no Spazio Van por volta das 20h 40 e entramos direto na área vip na frente do palco. A banda de abertura Republica já fazia um som para galera. Leo Belling (vocais), Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas (guitarras), Marco Vieira (baixo) e Mike Maeda (bateria) estão trabalhando na gravação de um novo álbum que sucederá “Point Of No Return” (2013). Não conhecia a banda mas curti o som dos caras.


O show começou às 21h 30 levando a galera o delírio com o clássico “Hangar 18”, segunda faixa do perfeito “Rust in Peace” (1990), álbum que colocou o grupo entre os grandes nomes do Thrash Metal. Na sequência, “The Threat is Real” e “Tornado of Souls”.



Como esse início já indicava, o setlist do show não seria composto em grande parte pelo  novo álbum. Das 19 músicas tocadas na apresentação apenas 6 faziam parte do recém-lançado “Dystopia”. Apesar da boa recepção que as novas músicas receberam, foram os grandes clássicos como “Sweating Bullets”, “In My Darkest Hour", "Holy Wars", “A Tout Le Monde” e "Symphony of Destruction" que fizeram a alegria dos fãs.
Dave Mustaine (guitarra e vocal), Kiko Loureiro (guitarra), David Ellefson (baixo) e Dirk Verbeuren (bateria) mostraram, desde o começo, uma sintonia impressionante para uma banda que tem dois integrantes novos.
Kiko dividiu os holofotes com Mustaine de forma brilhante. Isso ficou evidente para os fãs que prestaram atenção em algumas atitudes tomadas por Dave no decorrer da apresentação. Mustaine mostrou humildade e respeito em relação à Kiko e em vários momentos do show ele recuava para perto dos amplificadores, deixando todo o protagonismo dos solos para o brasileiro.



Na parte final, “Symphony of destruction” e “Peace sells… But who’s buying” (com a entrada no palco do mascote da banda, Vic Rattlehead), prepararam o grand finale e o encerramento não poderia ser mais apoteótico.


Após voltar ao palco com sua icônica Dean Flying V pintada com a capa do álbum “Rust in Peace”, aos primeiros acordes de “Holy wars… The punishment due”, o Spazio Van foi a loucura. No fim da música, com o telão exibindo a palavra “obrigado” em vários idiomas, a banda agradeceu ao público e se retirou.
Enfim, é bom lembrar que se manter em trinta anos de estrada são uma longa e difícil jornada no mundo do Rock. Nesse período é absolutamente normal as bandas irem perdendo a criatividade e o entusiasmo para fazer álbuns e tocar em shows, mas no caso de Dave Mustaine e do Megadeth não vemos isso acontecer.
Fotos: Diego Kloss
Mustaine soube recrutar instrumentistas talentosíssimos: o guitarrista Marty Friedman, falecido baterista Nick Menza e a mais nova “pérola” é, sem dúvida, o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro que deu um novo ânimo para os projetos do Megadeth.