Outras Coleções 09 | Relógio de Bolso

No post Outras Coleções de hoje, vou tratar de uma coleção que comecei há uns cinco anos mais ou menos: Relógios de Bolso. Primeiramente vou mostrar alguns relógios que comprei, depois vou fazer um breve histórico, além de tratar sobre o colecionismo de relógios de bolso, para por fim, fazer uma reflexão sobre relógios antigos.

Coleção de Relógios
Minha coleção de relógios não chega a ser muito grande, também não muito cara, pois como eu disse em outros posts, relógios são peças bem caras e raras e eu não tenho condições de comprar relógios com um valor muito alto. Por isso, para conseguir comprar algumas peças, acabei recorrendo aos relógios de coleção da Planeta Agostini, que lançou duas séries de 50 relógios de bolso, uma em 2008 e outra em 2012.
Essa belíssima caixa foi pintanda por Poliana Grochowalski Silveira, feita sob encomenda, ficou perfeita.


Coleção Heritage 2008
Modelos com mecanismo de corda e banho de prata, inspirados nas peças mais apreciadas ao longo da história da relojoaria, que mostram em detalhes os estilos e as técnicas dos mais importantes mestres relojoeiros do mundo.
Uma seleção de modelos com gravações e entalhes minuciosos, esmaltes delicados e superfícies abertas envidraçadas que deixam à vista a beleza da máquina.
Os relógios que formam The Heritage Collection reproduzem com fidelidade as soluções técnicas e estéticas do artesanato do relógio de época e com a beleza da prata e a precisão do movimento, fazem desta uma coleção única.

Loire

Esprit du Temp

Coleção Relógios Históricos
Modelos exclusivos inspirados em grandes personagens da História.
Entre os modelos da coleção há relógios com e sem tampa, com corrente e peças diferenciadas, com ponteiros que giram para a esquerda (levogiro) ou com mostrador de 24 horas.
Nos fascículos também explica-se o contexto histórico em que se situa cada relógio, sempre com relação à evolução da sociedade, aos avanços técnicos e às correntes artísticas da época.

Otto Von Bismarck 
Julio Verne - fechado
Julio Verne - aberto
Voltaire - fechado frente

Voltaire - aberto

Voltaire - fechado atrás

Johann Wolfgang von Goethe - fechado
Jean Sibelius - aberto
Johann Wolfgang von Goethe - aberto
Francisco de Goya - fechado
Francisco de Goya - aberto
M. Foucault

Oscar Wilde 


Outros Relógios
Esse foi primeiro relógio que comprei, em 2008.

Double Eagles Commemorative - aberto

E esse foi o último. Relógio da Technos banhado a ouro, ainda tem as minhas iniciais.

Technos D. K. - fechado
Technos D. K. - aberto

História do Relógio
A história do relógio se confunde com a do calendário, ambas remontam a uma época em que ainda não se sabia ler nem escrever. Hoje, todos sabem que relógio é o nome que se dá a qualquer instrumento destinado à medição do tempo, mas a maioria desconhece como o homem conseguiu descobrir um sistema de medida das horas, um processo que durou séculos. Acredita-se que o tempo começou a ser medido há cerca de 5000 anos.

Relógio do Sol
Relógio de Sol, de bolso,
 fabricado na França no século XVIII.
Nossos ancestrais mais primitivos só tinham conhecimento do dia e da noite, ignorando completamente o correr das horas e suas divisões. Sabe-se que passaram a observar os movimentos do sol, da lua e das marés, baseando assim sua cronologia. Primitivamente, conforme nos diz a história, os primeiros relógios construídos e usados pelo homem foram os gnômons. Consistia em um obelisco que, iluminado pelo sol ou pela lua, projetava uma sombra, que se movia com o passar das horas e entre o seu ponto inicial e seu ponto final, havia um espaço que o homem fracionou, criando a divisão do tempo.
Se os gregos antigos achavam que as horas eram divindades mitológicas simbolizando as partes do dia, os babilônios e os chineses foram os primeiros a dividirem o dia em horas, só que, para eles, o dia possuía 12 horas, cada uma delas equivalente e 2 horas atuais.
Foram os egípcios e parte dos povos da Ásia ocidental que dividiram o dia em 24 horas. O mais antigo instrumento de marcar as horas foi o "relógio do sol" que, acredita-se, foi inventado pelos babilônios, e tinha um funcionamento simples: uma haste vertical se projetava do centro de uma superfície circular, projetando uma sombra do sol para indicar a hora. Embora seja certo que o relógio solar tenha existido em época mais distante, como no Egito há 1500 anos a.C., a história registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quando o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios.
Anaximandro de Mileto em 380 a.C., aperfeiçoou este relógio criando o "quadrante solar". O mais antigo relógio de sol existente está exposto no Museu de Berlim, acredita-se que pertenceu ao faraó Tutmés III do Egito (1504-1450 a.C.). Na Grécia, Vitrúvio registrou 13 relógios de sol diferentes no século I a.C. Somente no século XVI este instrumento pôde ser calibrado, dando horas verdadeiras, operação que exigia conhecimentos combinados de geografia, astronomia, matemática e mecânica. O problema ocorria nos dias de chuva ou nublados, quando não se conseguia ver as horas.

Relógio de Fogo
Nos castelos e palácios da Europa antiga, usava-se o "relógio de fogo", que consistia em uma corda com nós que queimavam a intervalos regulares. Outra forma de contar o tempo era através das velas marcadas, sistema usado pela nobreza européia; seis velas de 15 cm com espessura idêntica eram divididas com uma escala, e no seu conjunto demoravam 24 horas a consumir. Outra maneira de marcar as horas era usando o azeite colocado em recipiente de cristal ou vidro que, ao queimar, podia-se ver o líquido baixando de nível. Também era comum, nos conventos, o "monge-relógio", aquele religioso que, para informar o tempo que passava, recitava orações por determinado período.

Clepsidra
Como todas as formas de marcar as horas não eram confiáveis, o homem continuou a fazer novos experimentos. Foi assim que surgiu no Egito o "relógio de água", o Clepsidra, que consistia em um recipiente cheio de água com as paredes graduadas e um pequeno orifício para a água sair. Cada descida de duas graduações correspondia à passagem de l hora. O Clepsidra se difundiu por toda a Europa e Ásia, até o século XVI, quando era o mais exato medidor das horas sem sol. Um dos exemplares mais antigos deste relógio se encontra no Marrocos, na cidade de Fez. Ele foi construído em 1357, durante o reinado do sultão Bou Inania e por 100 anos marcou as horas das preces dos muçulmanos. A história dá a primazia da construção da Clepsidra de rodas dentadas a Arquimedes de Siracusa. A marcação de tempo era feita por intermédio de uma bóia que elevava consigo uma barra dentada e esta, por sua vez, movia uma engrenagem em cujo eixo situava-se o ponteiro indicador. O maior problema do relógio de água ocorria quando fazia muito frio e a água ficava congelada.

A Ampulheta
Outro tipo de relógio muito utilizado foi o de areia, ou ampulheta. Inventado também pelos egípcios, seu funcionamento é simples: dois cones de vidro ligados por um pequeno orifício que regulava a passagem de areia colocada em uma das partes, marcavam determinado período de tempo. Depois era só virar o instrumento e repetir o processo. A ampulheta aparece no século VIII e evoluiu com o fabrico do vidro que a tornou hermética, garantindo a fluidez da areia. Usava-se também pó de mármore moído, que era fervido em vinho e seco ao sol. Levada para a Europa, a ampulheta foi utilizada pelos soldados romanos para marcar a troca de guarda. Carlos Magno tinha uma ampulheta de 12 horas. Cristóvão Colombo usava uma de meia hora.

Medição mecânica
A medição mecânica do tempo teve origem nas ordens religiosas que tinham necessidades de regular os tempos de oração e de culto. Os primeiros relógios mecânicos não mostravam o tempo, faziam-no soar. No início eram maquinas movidas por pesos que tocavam uma campainha a intervalos regulares. Estes relógios de câmara, situados na cela do monge "guardião do relógio", eram denominados "horologia exiatoria". O monge chamava os outros para as orações tocando o sino da torre. Mais tarde montou-se uma máquina maior que ficava na torre, que fazia soar o sino sem necessidade do monge guardião, e que passou a anunciar as horas canônicas uniformizadas por São Benedito no século VI em sete tempos. Estes relógios eram sujeitos a calibragem para acompanharem a variação dos dias ao longo do ano e as diferentes horas do nascer e do pôr do sol. A palavra inglesa "clock" (relógio não portátil), deriva do holandês "clojk" que quer dizer sino, que por sua vez em alemão se denomina "glocke".
O Oriente estava mais adiantado e a história nos conta que o califa árabe Harun Al Rashid teria presenteado Carlos Magno com um relógio de bronze que batia as horas. Mas, foi na Europa que o relógio mecânico se desenvolveu.

Relógio mecânico
A época das descobertas marítimas, que começou depois do fim da Idade Média, fez aumentar a importância do tempo para o homem na sua corrida para o desconhecido. As técnicas mecânicas de fabricação do relógio foram aparecendo, havendo necessidade cada vez mais de precisão para dividir o tempo. Os marinheiros, que usavam as referências no céu, observando o sol, a lua, as estrelas e as constelações, com a descoberta dos oceanos viram-se obrigados a se localizarem por latitudes e longitudes. Para a medição da altura do sol, necessária para se determinar a latitude, era usada a Bestilha, ou Bastão de Jacob, adotado no ocidente em 1342. Este dispositivo já era usado pelos gregos (Dioptra) e pelos árabes (Kamal). Os portugueses usavam o quadrante e o astrolábio.
Até se chegar a uma máquina de medição das horas de luz e de escuridão num único dia de 24 horas iguais, foi um processo gradual baseado nos avanços introduzidos no "relógio de soar", e do aproveitamento do "escape" da máquina: dispositivo que interrompe regularmente a queda dos pesos, como um interruptor que alternadamente contem e solta a força da máquina, produzindo o "tique-taque" que se tornou a voz do tempo. A transição deu-se no século XIV, e a hora tomou um sentido universal e preciso, abandonando-se a "Hora Sazonal" em favor da "Hora Igual".
O primeiro relógio mecânico (que marcava o tempo) conhecido e que hoje se encontra no Museu de Ciência, em Londres, teria sido fabricado em 1386 por Henry de Vicky, encomendado pelo rei da França. Entretanto, ele foi instalado na Catedral de Salisbury, na Inglaterra. Era formado por duas engrenagens movidas por cordas e pesava cerca de 200 quilos. A partir dos grandes relógios mecânicos foram criados os menores para uso doméstico.
As torres e vigias das igrejas tornaram-se torres de relógio, de onde soavam horas iguais para os serviços religiosos. A subida dos relógios às torres dos mosteiros e das igrejas tornou-os máquinas públicas e símbolos da prosperidade das comunidades. O relógio foi um serviço público anterior ao abastecimento de água. O primeiro mostrador tinha 6 divisões, que um único ponteiro percorria 4 vezes cada dia de 24 horas, e foi criado em 1344 por Jacopo de Dondi na cidade de Chioggia, na Itália. O ponteiro de minuto só apareceria mais tarde com o uso do pêndulo.
Mas foi em 1582 que o cientista Galileu Galilei (1564-1642), ao observar a oscilação de um candeeiro na Catedral de Pisa, descobriu a aplicação do movimento pendular na fabricação do relógio, do que se aproveitou o holandês Christian Huygens para fabricar o primeiro relógio de pêndulo.

O relógio de bolso
A aplicação do pêndulo nos relógios fez reduzir o erro diário de 15 minutos para cerca de 10 segundos. Este maquinismo foi aperfeiçoado por Peter Heinlein, de Nuremberg, que substituiu o peso por uma cinta de aço que tinha a mesma função, o que permitiu a redução do tamanho das máquinas até chegar ao relógio de bolso. A invenção de Heinlein possibilitou um avanço na história da relojoaria, sendo criadas novas patentes de excelentes mecanismos. A peça que permitiu movimentar o ponteiro dos minutos foi chamada de "balancin", responsável pelo tique-taque dos relógios. A patente do relógio de bolso só foi registrada por Louis Recordon em 1780, em Londres.
Foi à descoberta da tecnologia da mola por Peter Henlein e outros que tornaram o cronômetro pessoal possível. Molas em espiral poderiam ser enroladas e desenroladas para movimentar o ponteiro do relógio. Embora essa nova tecnologia tenha sido um salto gigantesco com relação aos pesos e pêndulos ela ainda era imprecisa, pois molas espirais não se desenrolam com uma força/velocidade constante, mas quando se compara a estimativa da hora pela posição solar, ter uma peça que você pode vestir ou carregar num colar mesmo que por uma hora ou algo parecido era algo perto de um milagre.
Raríssimo relógio de mesa, caixa de ébano,
estilo romano. Londres, 1675.
Avaliado em US$ 90 mil
A primeira solução para o desenrolar inconstante veio quando os relojoeiros perceberam que a mola se desenrolava mais estavelmente quando não estava enrolada completamente e isso levou ao desenvolvimento de vários mecanismos para prevenir o completo enrolamento da mola. O primeiro mecanismo foi o “stackfreed” que era uma mola em forma de “braço” que compensava a mola principal aumentando a pressão à medida que a principal se desenrolava. Associado a esse sistema o “Fusee” não permitia que a mola se enrolasse completamente e possuía um limite feito geralmente com uma tira de couro de porco.
Em 1675 vários relojoeiros descobriram que uma mola em espiral ligada ao balanço aumentava muito a precisão. A partir desse momento os relógios passaram a variar apenas alguns minutos por dia em vez de variar perto de uma hora. Esse avanço gerou a necessidade da adição do ponteiro de minutos.
Até essa época os relógios tinham que receber corda duas vezes ao dia, com a adição de uma quarta roda de engrenagens ao mecanismo a necessidade foi reduzida a uma vez ao dia. O ponteiro de segundos foi adicionado quase um século depois e com o passar dos anos o apetite dos consumidores por inovações e dispositivos em seus relógios de bolso conduziu à adição de calendários marcando os dias da semana e mês, fases da lua, alarmes, batidas das horas como carrilhões e música.
Os relógios foram transformados em obras de arte nos séculos XVII e XVIII, os palácios e ricas residências da Europa ostentavam ricos relógios de parede, de coluna e de mesa, que além de marcar as horas serviam como objetos decorativos. No século XIX um conde polonês de nome Antoine Patek juntou-se ao relojoeiro francês Adrien Phillipe, criando uma marca de relógios que ficou famosa em todo o mundo: Patek-Phillipe. Considerado o que havia de mais perfeito e preciso na indústria da época, este relógio tinha clientes ilustres como a Rainha Vitória e o Czar Nicolau II, da Rússia, entre outros nobres e abastados do mundo. Considerado uma verdadeira inovação, em 1842 a fábrica do Patek-Fellipe criou o mecanismo sem chave para dar corda.
Os primeiros relógios de bolso não tinham cobertura para proteger o mostrador ou o ponteiro de horas e só no século XVIII os relojoeiros ingleses começaram a fazer caixas em forma de concha dupla (pair cases) em ouro e prata para se encaixar o mecanismo dentro e protegê-lo. O nome do fabricante ou marca normalmente é achada no mecanismo e nas metades das caixas, em ambas, de forma que se os nomes ou numeração de série não fossem os mesmos a caixa não era original, mas uma reposição. Cristais e vidro foram introduzidos para a proteção dos mostradores, contudo, por não serem completamente transparentes ainda precisavam ser removidos para a leitura das horas.
Ainda o século XVIII os relojoeiros ingleses introduziram pedras (Jewels ou gemstones) como mancais das engrenagens para evitar a fricção e desgaste das partes de metal. Esses avanços ajudaram a catapultar a indústria de relógios para a vanguarda da tecnologia. Fabricantes de relógios de outros paises não adotaram a adição de pedras em seus mecanismos por quase um século. Hoje o número de “Jóias” em um relógio é sinal de qualidade e durabilidade.
O relógio de pulso só foi criado e patenteado no século XX. O inglês John Harwood registrou a invenção em 1924, e logo o novo modelo superou o relógio de bolso. Um pouco antes, em 1920, uma nova tecnologia, a aplicação de propriedades piezelétricas de cristais na fabricação de relógios. Em 1928, dois americanos, J.W. Horton e W.A. Morrison criaram o primeiro relógio a quartzo do mundo, reduzindo a margem de erro na medição de tempo para um segundo a cada dez anos. E as novidades não pararam, surgindo o cronômetro, o relógio a prova de água, com altímetro e fundímetro, barômetro e os modelos digitais. A tecnologia atômica veio para superar o relógio de quartzo, mas aí já não é mais história.

Colecionadores do Tempo
Dentre colecionadores de relógios em geral e artigos horological, o campo dos relógios de bolso é provavelmente o mais comum. Os relógios de bolso ou de pulso começaram a ser fabricados no século XVI.
Até meados de 1850, os relógios de bolso eram feitos artesanalmente e, geralmente assinados. Na metade do século XIX, estes começaram a ser produzidos em escala industrial.
A riqueza da produção variava dos trabalhos baratos aos de qualidade, estes últimos, com a mais elevada arte e que são colecionados até hoje nas diversas partes do mundo.
O auge da tecnologia da perfeição do relógio de bolso ocorreu aproximadamente entre 1860 e 1920, com a coroa patenteada e introduzido por Adrien Philippe (engenheiro e co-fundador das famosa Patek, Philippe & Co. , em Genebra) que contribuiu significativamente para o sucesso dos relógios do bolso para o uso diário.
Bonitos e colecionáveis, os relógios de bolso continuaram a ser produzidos em grande escala após este período. Entretanto, o relógio de pulso começou a ganhar aceitação e foi substituindo os relógios de bolso.
As principais marcas de relógios de bolso são mencionadas a seguir: "Patek Philippe & Co.", "Breguet", "Vacheron & Constantin", "Ulysse Nardin", "Paul Ditisheim", "A. Lange, Glashütte", "IWC", e também "Omega", "Longines", "Zenith", "Tavannes", "Cortébert", "Revue", "Doxa", "Hebdomas"
As marcas americanas, tais como "Elgin", "Hamilton", "Waltham" etc.. Os relógios simples de "Roskopf" também são apreciados e tem grande popularidade.
Uma coleção de relógios de bolso é muito fascinante e pode, como uma coleção do selos, ser acomodada em espaços pequenos. Pode ser iniciada com relógios de preços mais acessíveis e ser construída com o aumento das peças por toda uma vida.
Os colecionadores podem trocar os relógios de bolso, desde que mantenha o seu valor na ocasião da troca. Entretanto, como em todos os campos da coleção, os preços se alternam de acordo com a oferta e a procura. Um relógio de bolso, em ouro, tem um valor maior devido ao material, o que encarece a coleção destas peças.
O risco de falsificação é extremamente baixo, pois o custo técnico não compensa tal ação.
Uma coleção de relógios com marca, numeração e catalogados, não apresenta quase nenhum risco (a menos que as condições da peça estejam péssimas ou seja peças substituídas por similares).

Ano do Relógio
Hoje em dia achar um relógio feito antes de 1700 é muito raro, a maioria dos que existem estão em grandes coleções e museus. Relógios fabricados antes de 1870 são muito populares, eles são procurados por colecionadores do mundo todo.
Determinar a idade de um relógio de bolso antigo é uma questão de se encontrar uma boa referência bibliográfica e checar a sua origem de acordo com o número de série do fabricante, hoje em dia a maioria das informações está disponível na Internet. No caso dos relógios americanos o número de série está no mecanismo, dentro do relógio, e não somente na caixa. Os relógios antigos ingleses tinham carimbos oficiais que podem ser pesquisados para identificar o ano de fabricação além do número de série nas caixas e mecanismo. Relógios mais antigos feitos na Europa são mais difíceis de datar, pois algumas vezes eles possuem números de série, mas geralmente não. Nesses casos o número das patentes dos fabricantes servem como referência. Esteja atento ao nome do fabricante impresso no mostrador, nem sempre o nome corresponde ao fabricante. Muitas companhias encomendavam um certo número de relógios a um fabricante e apenas colocavam seu nome neles, isso acontece muito com equipamentos eletrônicos atualmente.

Valor do Relógio
Materiais: Relógios feitos de ouro, prata, ou folheados são mais valiosos que os de bronze.
Perfeição: Nenhuma peça faltando. Além disso, ter a caixa original, nota de venda, ou outros documentos de procedência certamente acrescentarão ao valor.
Condição: Aparência do relógio é fundamental, atente para desgaste, arranhões, “fios de cabelo” ou manchas no mostrador, moças ou marcas no metal da caixa, consertos no mostrador, caixa, marcas de desmontagem no mecanismo etc. Funcionamento dos acessórios (calendário, carrilhões, fases de lua, etc.). Independentemente da idade do relógio tudo deve funcionar. Outro ponto importante, o relógio deve ter passado por revisão / lubrificação a cada 2 ou 3 anos por um profissional qualificado.
Qualidade: Número de jóias (os relógios mais conceituados têm 21 ou mais); o número de posições de ajuste (normalmente cinco, freqüentemente descrito no mecanismo); e ajuste de temperatura.
Raridade e Valor Histórico: Ter sido possuído por uma pessoa famosa ou histórica acrescenta valor – nesse caso prova documental é necessária. A maioria das gravações diminuem o valor de um relógio, a menos que seja relativa a uma pessoa famosa ou reflita a sua presença a um evento histórico. Mas cuidado, essas gravações são facilmente falsificadas, procure por outras formas de comprovação como fotos, convites, passagens etc.

Considerações
Há quem julgue que os antigos relógios de bolso estão ultrapassados e que deixaram de estar na moda há muito, muito tempo. No entanto ainda há quem use o relógio de bolso para estar a par das horas.
De porte clássico, estes relógios regalam o olho a quem ama antiguidades. Podem ser comprados em feiras de antiguidades, mas se quer um relógio de bolso antigo fiel, recorra aos antigos relojoeiros. Apesar de caros e exigentes de manutenção, estes relógios são autênticas obras de arte.
Se há quem considere que quem os usa é por norma de trato quase austero, tal a comparação aos Senhores de antigamente, a realidade é que estes objetos são magníficos e acrescentam ao traje, um porte bastante elegante.

Fontes
http://www.areliquia.com.br
http://www.abracore.org.br
http://www.antiguidades.com.br